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O meu cancro

O meu cancro

FUI OPERADO A UM CANCRO HÁ DOIS ANOS

Fez hoje dois anos que fui operado a um cancro no cólon. A oportunidade com que foi feita a operação terá sido o mais determinante para me salvar. Se tivesse demorado mais e se a doença tivesse avançado mais talvez as coisas não se tivessem passado da mesma maneira.

A intervenção correu bem, apesar de ter sido maior do que a inicialmente esperada, porque a localização do tumor era diferente da diagnosticada.

Dois anos depois, quase não me lembro e parece-me que foi há muito mais tempo. Mas fazendo um esforço de memória lembro-me das dores que senti nessa noite, que quase não me deixaram dormir.

Nessas alturas sentimos como somos insignificantes. Sem praticamentre nada podermos fazer e sem a atenção e o apoio que gostaríamos de sentir e ter. Isto apesar de ter sido sempre bem tratado. Não tem a ver com o apoio profissional mas com as circunstâncias em que nos encontramos e nos sabia bem ter algum mimo... Mas também, nessas alturas, apetece-nos estar sós, quer para descansar, quer para reflectir.

Recordo ainda os dois companheiros de infortúnio, que me ladeavam na enfermaria, mais velhos e em estados bem mais complexos e graves, que já lá estavam e que que por lá continuaram quando tive alta.

FEZ HOJE DOIS ANOS QUE ME FOI DIAGNOSTICADO O CANCRO

Há precisamente dois anos, que a primeira colonoscopia que fiz acusou "Neoplasia (exofítica) no ascendente" do cólon - "Lesão vegetante circunferencial e estonesante de ascendente (?), não ultrapassável".
Para que não subsistissem dúvidas, perguntei, em tom afirmativo, um cancro, não é?
Logo nessa altura fui informado que deveria ser operado o mais depressa possível; que, sendo uma situação grave, não era das mais graves porque não ficaria com saco; e que poderia ter de fazer algum tratamento depois da operação, dependendo dos resultados desta e dos vários exames.
Encarei a situação com naturalidade surpreendente – porque, não tendo encomendado o cancro, tinha agora era de ver se me safava – e concentrei-me no processo que me levaria à operação no mais curto espaço de tempo, para ver se me via livre do “bicho” antes que ele me devorasse. Parece que consegui.

ALENTEJANA FINANCIADA PELO GOVERNO ALEMÃO PARA INVESTIGAR “AS CARACTERÍSTICAS DO RELÓGIO CIRCADIANO EM DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS TUMORAIS”

10686607_756363211122494_2574765699250241984_n.jpgÂngela Relógio, natural de Ferreira do Alentejo e investigadora na Universidade de Medicina de Berlim, Alemanha, tem vindo a dedicar-se ao estudo do relógio circadiano e recebeu, em 2014, do Ministério Federal da Educação e Investigação da Alemanha um financiamento de 1, 5 milhões de euros para os próximos cinco anos. Um montante que lhe permitirá desenvolver o seu grupo de investigação que irá estudar “as características do relógio circadiano em diferentes tipos de células tumorais”.
O objetivo da investigadora alentejana é “identificar fases específicas, durante a progressão tumoral, onde o relógio escapa ao controle do organismo, o que poderá ter implicações na terapia utilizada”. Assim, como explicou ao “Diário do Alentejo, em setembro, “poder-se-á no futuro avançar mais rapidamente na área da medicina personalizada e eventualmente tratar os pacientes de acordo com o seu relógio biológico”. Este procedimento diminui os “efeitos tóxicos nos tecidos saudáveis de grande parte dos tratamentos quimioterapêuticos e poderá aumentar a sua eficiência em tecidos tumorais”.
O relógio circadiano é uma área de investigação relativamente recente e, segundo Ângela Relógio, “extremamente interessante e onde o nosso conhecimento ainda é muito limitado”. Este relógio genético regula os nossos ciclos de atividade e repouso, mas vai muito além disso, regulando vários processos biológicos a nível fisiológico e molecular.
In: http://da.ambaal.pt/noticias/?id=6984