Em Beja é hoje lançado o projecto da Liga Portuguesa Contra o Cancro denominado “Um Dia Pela Vida”.
A iniciativa visa “sensibilizar a população para a temática do cancro, a importância da sua prevenção e angariar fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro”.
Até 16 de Junho, várias equipas formadas no seio da comunidade realizarão actividades de educação para a prevenção e angariação de fundos.
Em Portugal, surgem anualmente cerca de 350 novos casos de cancro infantil, um número que se tem mantido estável na última década. "Se o cancro for detetado a tempo, em cada dez crianças, oito podem ficar curadas e praticamente sem sequelas", realçou Margarida Cruz, diretora-geral da Associação Acreditar . "São números animadores e um sinal enorme de esperança para os pais, que ficam tão devastados quando veem um filho com cancro", frisou.
O cancro mais frequente nas crianças é a leucemia, que tem um prognóstico de cura "muito bom" quando é detetada a tempo. "Mais de 90 por cento das crianças ficam curadas e praticamente sem sequelas", frisou Margarida Cruz. Em Portugal, "o diagnóstico é feito, normalmente, com muita rapidez", mas é preciso sensibilizar os pais, a população e as autoridades para que estejam atentas.
"Procuramos chamar a atenção dos pais, sem alarme, para quando há determinados sinais, como dores de cabeça e nódoas negras recorrentes numa criança, recorrerem ao pediatra para que a doença seja detetada o mais rápido possível e a criança possa ser tratada", disse a responsável.
Foi eleito o patologista mais influente do mundo pela revista britânica ‘The Pathologist’ e há quase cinco décadas que se dedica a estudar uma das doenças mais mortais do século XXI: o cancro. A experiência consolidada neste domínio confere-lhe legitimidade para retratar a patologia, designadamente os cancros da tiróide e do estômago. Mas estes quase 50 anos não lhe tiraram o medo do cancro. Sem pudores, Manuel Sobrinho Simões confessa ao Notícias ao Minuto que o cancro o assusta. “Tenho muito medo de ter cancro”, admite.
São quase 50 anos a estudar o cancro. Esta é uma doença que ainda o assusta?
O cancro assusta-me muito. A minha atividade sempre esteve muito direcionada para o cancro da tiróide e do estômago. E, por exemplo, o cancro da tiróide tem uma mortalidade muito baixa; mais de 95% dos casos são controlados ou curados. Mas no estômago conseguimos apenas controlar cerca de 20 ou 25% das situações. Ou seja, em 75 a 80% das pessoas morrem, apesar de não ser no imediato. Por isso, tenho muito medo de ter cancro porque embora já se trate muito bem uma grande percentagem dos tumores, 40% de casos acabam por morrer. Se a pessoa tiver pouca sorte de ter um cancro dos que não são fáceis de tratar nem de controlar acaba por morrer.